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março 03, 2010

Mentes brilhantes...


Precocidade, genialidade e Q.I. acima do normal. Considera-se a criança como incluída nesta qualificação quando a mesma se distingue pelo desenvolvimento das faculdades e capacidades de uma forma nitidamente prematura, comparando-a aos devidos padrões mínimos e máximos da média esperada. Como genialidade, entende-se uma capacidade mental criadora em altíssimo grau e muito acima dos níveis intelectuais considerados normais.
Isto posto, vamos à real: desde muito pequeno, meu filhote Matheus (13) é considerado uma criança com nível de inteligência acima do normal, o que a princípio me encheu de orgulho, e ainda enche, mas logo me preocupei em entender tudo sobre o assunto. Normal é ser normal, tudo que é super, mega, hiper deve ser olhado com o mesmo cuidado do que é mini, menos, etc. É normal que olhemos como problemas apenas aquilo que é pra menos, os déficits e as deficiências, tudo que é over, também merece atenção extra. Por ser muito brilhante, por muitas vezes, o mundo se torna chato e sem graça, o universo que sua idade indica é desestimulante, a escola fica, algumas vezes sem novidades, e por ter conhecimentos amplos e precoces, às vezes passam a não ver mais graça nas coisas simples.  Por exemplo, uma simples piada fica sem graça pra quem só vê o mundo através de lógicas, na maioria das vezes as piadas não têm lógica, são só uma piada. Ao mesmo tempo em que têm muito conhecimento, não têm a maturidade para lidar com tanta informação, e sofrem muito!! Mas de todas as preocupações que tive e tenho a maior delas é que o mundo perca sua graça, que a vida fique desestimulante, que os desafios pareçam sempre tão pequenos que nem valham à pena, que meu filhote se fechasse num mundo só dele, e essas coisas que as mães sofrem só de imaginar que possa acontecer!


O que eu fiz, meio instintivamente e meio orientada: Primeiro recorri a minha velha e boa amiga psicóloga, discutimos amplamente o assunto e tratei de assimilar tudo que podia para ajudar o meu rebento (durante um tempo, ele também fez terapia), e desde então tentamos, juntos, fazer com que isso não seja um “fardo” e sim um diferencial. A escola tem ajudado muito também, propondo novos desafios e principalmente ensinando-lhe à respeitar o tempo dos outros, que não é igual ao seu. Todos ajudamos para que ele não se cobre tanto (porque ele se cobra viu), eu estimulo para que ele corra atrás de novos desafios e ele sempre está atrás de um novo. Tento fazê-lo enxergar a vida de um jeito mais leve, mais simples e menos lógico. Tentamos que ele enxergue que ser mais inteligente que a média é legal, mas não é o suficiente, que tudo precisa de entrega, determinação, boa vontade, oportunidades bem aproveitadas, escolhas bem feitas e etc., como para todos. Tem dado certo. È claro que as preocupações continuam, é uma “luta” diária, mas a gente tem coragem e boa vontade pra isso. Uma coisa que eu posso garantir que nos ajuda muito é aula de música, aliás, ajuda pra todos. A música abre horizontes, acalma, impõe desafios, é gostoso de praticar, ensina a ter disciplina, sociabiliza e faz um bem danado pra tudo. E quem foi que disse que um “pequeno gênio” da matemática não pode tocar instrumentos?? Ele consegue ser brilhante na música também, é dedicado e determinado e se desliga do mundo das cobranças. A música, sem dúvidas, deveria fazer parte do currículo de toda escola, como na escola de meus filhos, que é matéria obrigatória até o 9º ano. Além da música obrigatória na escola, fazem outros instrumentos fora em conservatórios musicais.


É isso amigas, ser mãe é estar antenada à tudo, tudo mesmo e, se possível, facilitar o caminho de nossos pequenos, a gente sempre consegue achar uma saída...

 Beijocas,


Cris João

Fotos: menina, bebe, criancas e oculos





9 comentários:

Anônimo disse...

Amiga!
Em primeiro lugar, adorei saber que eu, você e Matheus somos piscianos... e depois saber que somos "xarás" de aniversário...bom demais!!!

Adorei saber que fez a mesma escolha que eu e não se arrependeu dela. Me conforta bastante. E muito obrigada pelo seu carinho comigo...fico toda boba!

Agora, comentando o post: Meu marido é que foi uma criança mais desenvolvida e até hoje ele só se cobra a perfeição, vive pedindo desculpas à todo mundo e por qualquer coisa, porque acha que sempre pode fazer melhor, e depois de me conhecer é que tá levando a vida mais leve, rindo de piadas sem lógica e fazendo elas... que bom que você, uma pessoa esclarecida está sabendo lidar com isso desde cedo. Pois meu marido não teve essa orientação e está sobrando pra mim agora ajudar. Sem falar na análise com a psicóloga que foi mais de 1 ano recentemente.

Um beijãozão!

Ana disse...

Que legal,muito bom o texto!!!! bjs!!

Poesia do Bem disse...

Adorei.Amo música e desde a barriga canto pra Alice, agora ela já canta e eu estimulo a cantar na igreja, canções de ninar, musicas gerais, de desenhos animados, pra educar, praa prender, pra se divertir e rir.Música é o sorriso da alma.Venha me visitar!

Roberta Mello disse...

Cristina, que coincidência feliz esse primeiro encontro aqui no seu blog, li o seu comentário no meu e vim rapidamente te conhecer e talvez, quem sabe, me tornar uma comadre sua rsss, mas a felicidade foi esse assunto, quando meu filho tinha 1 ano e meio, achava muito estranho ele saber todas as cores e saber todos os instrumentos musicais, caminhos que fazíamos uma vez, ele guardava na memoria e meses depois ele sabia onde iamos, aos 03 me falaram que ele devia ter uma inteligencia acima da média e assim começou nossa jornada, hoje ele tem 08, é TDAH com comorbidade Sindrome de Asperger, é muito inteligente e isso mais me assusta do que tudo, ele sempre se achou diferente e desde muito cedo faz terapia, acompanhamentos com neuropsiquiatra, me joguei no assunto e assim como vc fui me informar o máximo possivel, hoje temos ainda bastante dificuldades na escola, ele odeia escrever(uma perda de tempo, segundo ele), e vencer a padronização imposta é uma luta diária!! Adorei ter vindo aqui e ler um assunto tão familiar e tão pouco divulgado!! Um grande beijo!!

Tauana disse...

Cris adorei seu texto, é importante que as mães saibam como lidar com esse tipo de diferença, porque muitas acabam por transformar seu filhos em pessoas arrogantes, que acreditam não ter nada a aprender... a criança desde cedo têm que aprender a respeitar o tempo dos outros e ainda a ajudar quando se têm facilidade para isso. Muito bom esclarecer de maneira atraente e gostosa como lidar com essa situação.
E sobre música, adorooo, como vc penso que é remédio pra qualquer problema, é a velha frase: quem canta seus males espanta rs.
Bjokas!!!!

c r i s disse...

Oi Cris, muito esclarecedor isso. Acho importante alertar a não se deixar levar pela vaidade e pelo ego, como Às vezes vejo por aí. O que acaba prejudicando o pequeno que se sente macaco de circo...Muito sério e complicado!! Bjos!

Gi Crispim disse...

Cris,

Quantos anos o seu filho tinha quando vocês começaram a perceber que tinha algo de diferente com ele? O meu filho Lucas tem 2 anos e meio, na escola ele não fica na sala dele pois segundo ele lá só tem "bebês", então ele foge pra salinha dos mais velhos. Ele conta até 20, conhece todos os animais, canta todas as músicas qe tocam na rádio...
O meu único problema é não saber como tratá-lo, na hora de dar uma bronca, por exemplo... Não posso tratá-lo de forma muito infantil como vejo amigas minhas fazendo com os filhos da mesma idade que o Lucas... Não sei o que acontece com ele na verdade, nem sei se ele é realmente diferente dos outros, mas as vezes (muitas vezes) me surpreendo com as coisas que ouço ele dizer!!!

bjssss (adorei o post)

Cristina João disse...

Olá Amigas,
Obrigada pelo carinho sempre!!

Rita Vieira: Amiga, blogamiga e xará de niver, ainda bem que somos piscianas e parece que isso nos dá a paciência, delicadeza, sensibilidade e leveza para tratarmos de nossos "nerds", pois eles sofrem mesmo muito, mas costumo brincar com o Matheus que o nerd de hoje é o cara rico de amanhã, é claro que ele não acha a menor graça mas já está se acostumando a ver a vida com outros olhos e dar a devida importância apenas ao que realmente importa.É realmente uma luta diária. Beijos.

Mãe mochileira e filho malinha: Adoro esse nome, beijos.

Paula Belmino (Poesia): Música é mesmo um santo remédio, além daquela máxima que diz "quem canta, seus males espanta!". Beijos.

Roberta: Volte sempre!! É difícil mesmo colocar regras para pessoas tão mais à frente e que bom que nossos filhos contam com mães como nós que não hesitam em colocar seus filhos na terapia, há pais que não admitem que seus filhos precisam desse tipo de "ajuda".
Aos poucos ele também vai entendendo o que acontece com ele e vai ficando mais fácil, força amiga, o caminho é longo. Beijos.

Tauana: É difícil mesmo não deixar que a vaidade materna tome conta da situação, é um trabalho diário. Imagina que ele já foi pra final da Olímpiada Estadual de Matemática na USP (SP) e por sua excelente colocação, teve sua foto estampada em revistas (em Santos) e numa faixa enorme na porta de sua escola, ufa quase morri de tanto orgulho, os amigos também e ele, achou super normal.Aquilo era só o reconhecimento, disse ele.Eta psicóloga boa essa do meu filho!!
Beijos.


C r i s: Amigona japa, é muuuuuuuito difícil acalmar o ego em situações como essa mesmo, mas pelo bem deles, é absolutamente necessário!! Aí é que entra a importância e a necessidade de um bom terapeuta, pra família inteira!! Beijocas, te adoro querida!


Oi Gi: Ele era bem bebê, e o pediatra me ajudou muito nessa fase e logo procurei uma boa psicóloga (pra nós dois e mais adiante, pra toda família). Como disse no Post, ter a inteligência acima do normal não tem que ser um fardo, apenas um diferencial. Como tratá-lo?? Com a verdade, sempre com a verdade!! Como é muito inteligente, não adiantam balelas e nem papinhos furados, tem que ser a verdade nua e crua. Aliás, acho que isso serve para toodas as crianças, não precisam ser tratadas como bobas, apenas como crianças inteligentes.Beijos, volte sempre!!

Thaís Rosa disse...

oi cris, que assunto interessante, nunca tinha pensado nisso dessa forma. Tenho achado muito bacana acompanhar seus posts, de mãe de filhos em uma fase tão mais complexa....
beijo!

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