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fevereiro 23, 2010

Necessidades especiais...

Antigamente, muito antigamente, quando via uma pessoa com necessidades físicas ou mentais logo me vinha um sentimento de pena, horrível, eu sei, mas era inevitável. Como pode uma criança ser feliz sem enxergar, sem correr, sem falar e etc.? Como pode um pai sentir-se feliz sem desfrutar de nenhum ou quase nenhum progresso de seu filho? E a preocupação que deve acompanhar esse pai que tem um filho tão dependente, eu pensava? Será que alguns pais “escondem” seus filhos com necessidades especiais por medo, vergonha ou proteção?



O tempo foi passando e as coisas foram mudando... Na escola de meus filhos, existem classes para crianças com necessidades especiais, físicas e mentais, vivendo harmoniosamente com as crianças “normais”, com classes especiais de acordo com suas necessidades, mas com atividades de socialização juntas. Graças à isso e a afinidade de meus pimpolhos com um ou outro amigo especial, fui me tornando amiga dos pais dessas crianças como acontece com os pais das outras. É uma festinha de aniversário aqui (sim eles também fazem aniversário, sabia?), é um passeio no shopping ali (sim eles também vão ao shopping), é um encontro extra na casa de um amigo (sim eles também têm e convivem com amiguinhos), é um encontro sem querer num parque ou na praia (sim, e sim eles têm uma vida igual à nossa!) e fomos convivendo cada vez mais de perto com essa realidade.


Com essa convivência mais de perto, pude perceber que as crianças “normais” não enxergam as “deficiências” como necessidades especiais, mas apenas como necessidades como tantas outras que eles também têm. Eles se divertem juntos, constroem formas de se comunicar de acordo com a capacidade de cada um e tudo dá certo. A cadeira de rodas não é um bicho com sete cabeças, a audição (pra nós tão necessária) ou a falta dela, não os separa. E a visão que pra nós é indispensável, pra eles é só mais um detalhe, pois enxergam com o coração. E a pouca ou muita deficiência mental é absorvida sem traumas, sem que ninguém se incomode.


Diante de tudo isso, percebi o quanto especiais são os pais dessas crianças, que ao invés de sentir pena de seus filhos, resolveram torná-los independentes, como fazemos nós, simples e amorosas mães e pais de “crianças normais”. E tudo com muito amor, dedicação e paciência como nós.


É galera, que bom que a gente muda, aprende e melhora! E vou te falar que os pequenos têm muito a nos ensinar com sua ingenuidade, simplicidade e pureza. Eles têm os olhos bem abertos ao novo e, principalmente o coração!


VIVA AS DIFERENÇAS!!


Beijocas,


Cristina João

Fotos: bebe e mae, mennino, menina e maos

8 comentários:

Samille disse...

Lindo post. Parabéns!

Driks Barreto disse...

Acho que a gente vai aprendendo com vida, e que essa gde escola é simplismente magnifica!!!! Somos muito melhores do que sabemos ser, acho que dentro da gente tem muita coisa a melhorar basta estar aberto pra que isso aconteça.Amei o post...ah,novidades...tenho achado tão legal poder falar de varias coisas como em alguns blogs que sigo que resolvi fazer um assim tb pra não misturar no meu dos meus trabalhos,de uma passadinha lá se puder.
www.momentosdadriks.blogspot.com
Beijokas e ótima terça!!!

Anônimo disse...

Amiga, eu até me arrepiei com seu texto de hoje...liiiindo demais!

Quando a gente convive com pessoas diferentes do "padrão" a gente muda muito a nossa maneira de enxergar a vida, né?

Eu passei por isso ao descobrir que uma grande amiga, depois de 7 anos de amizade, me contou que é homossexual. Nunca tive ninguém próximo assim e eu mudei muito a minha cabeça depois disso. E hoje, observo a reação das outras pessoas com relação a isso e agradeço à Deus a oportunidade de ter me mostrado que ninguém é igual a ninguém, mas todos devemos respeitar e aceitar as diferenças. Sei que esse caso não tem comparação com o seu tema de hoje, mas, pensei nisso, na diferença que deve ser superada com amor.

Beijão! Arrasou!

Viaje na Leitura disse...

Oi obrigada pela visita!
Seu post é muito importante,pudessem todos pensar assim,inclusão social,beijos;***

Si♥ disse...

Adorei seu blog, maravilhoso post.
Ja fazia um tempinho que estava te devendo uma visita... e continuarei fazendo muiiitas.
Beijus
Si♥

Letícia Volponi disse...

excelente post. É difícil mesmo preparar uma criança para o futuro e, especialmente dificil caso ela tenha necessidades especiais. Vencer o preconceito é uma barra e é bacana saber que o verdadeiro exemplo são as crianças que nos dão.

Simone Scalabrini disse...

Lutar por coisas bacanas e por uma vida sem preconceito.

Sonho que um dia serão todos assim.

Bjs!!!

Dedinhos Lambuzados disse...

Muito lindo este post ! Como terapeuta trabalhei muuuuuitos anos com crianças "especialmente especiais", me ensinaram mais que todos os cursos e congressos de que participei !!! As famílias são -como todas- variadas...Tem as espetacularmente especiais que parece terem sido preparadas para participar desta jornada tão desafiadora e , infelizmente tem aquelas que irão aprender - dolorosamente - com o dia-a-dia das crianças que se tornarão jovens e adultos especiais...ou não ! Tem gente que não se dá odireito de aprender coma vida...sofre mais, deprime, desespera...culpa todo mundo, a Deus e ao Diabo por tudo o que lhes acontece de "ruim" ( será que é mesmo ruim???).Supreendente foi uma amiga terapeuta com quem trabalhei por anos e admiro demais por tudo. Trabalhavamos em dupla atendendo crianças autistas...e certa vez ela veio a ser terapeuta de uma menina linda e autista que tinha outros 2 irmãos pequenos, e a mãe destas crianças surtou de tal forma que abandonou as crianças ( 3, sendo uma especial) com o Pai ( fantástico !!!) quando os conhecemos isto já tinha uns 4 anos....Bem resumindo a ópera: Esta linda amiga terapeuta se apaixonou pela família e ..pelo pai ! Casaram e...são felizes até hoje !!!( isto já faz mais de...20 anos !!!). A maioria achava uma loucura- uma moça linda, inteligente, solteira, arranjar esta "encrenca de família "...mas ela foi firme no seu amor e assumiu todos os riscos, preocupaçõs e trabalho...feliz ! Não é de++++ ! Me emociono quando lembro de tudo... Bjs no trio, Mammy

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