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dezembro 19, 2010

Pérolas - Que down que nada! Tóin mesmo.

Daí que a gente muda de emprego e os amigos ficam. A vida desenrola e eles lá.
A gente casa, mas os amigos, embora ausentes, continuam no coração!
E pra matar a saudade e ensinar os pequenos esses valores, pelo menos uma vez por ano, esses amigos de outrora se encontram num almoço.


E fomos nós, os 4, encontrar os amigos que trabalharam com o Alê na Brastemp. Direto... do túnel... do tempo...


O restaurante foi daqueles antiiiigos (iguais aos amigos do Alê... Ops!), bem familiar, grande com grandes mesas, espaço e até um play dentro do salão.


Ok! Normal, correria das crianças pra lá e pra cá, pessoal chegando, se abraçando. Na nossa mesa e na mesa de trás! Quanta criança meodeos!


E aí começa a MINHA pérola.
Como eu não tenho muito contato com esses amigos do Alê, fiquei levemente deslocada, mas não mal por isso. E portanto, olhando o horizonte, as mesas do lado... A mesa de trás (que estava de frente pra mim)...


Quando percebi que aquela mesa esta confraternizando o fim do ano! Estavam agradecidos pelo ano maravilhoso de sáude e AMOR. (assim mesmo, em caixa alta e vocês entenderam o porquê - pena eu estar sozinha escrevendo este post, porque queria mostrar pra alguém como estou arrepiada de lembrar este dia!)


Desse momento em diante, tudo o que eu aprendi de etiqueta de comportamento foi por água abaixo! Eu não conseguia tirar os olhos do pessoal vizinho! Analisava um a um! Cada olhar, cada sorriso.
Tentava descobrir quem era marido de quem, quem era pai de quem...
Percebi que entre aquela cambada (eram em 30 aproximadamente), ninguém era líder, ninguém estava pagando. Eram todos JUNTOS (igual a campanha do Itaú mesmo)!!


E o tempo foi passando e eu lá! De olho neles! Que feio, Janaína!


Até que chegou minha vez de acompanhar o João no play. Todas as outras vezes o PP e o Alê levavam...


Chegando lá, num cercadinho de puf, havia 6 cavalinhos de balanço. O João correu, sentou num deles e ficou parado olhando, junto comigo. Aaah! Não falei, uma mãe e um filho da outra mesa estavam lá também.
E assim, boquiabertos ficamos eu e o João prestando muita atenção no diálogos deles:


 - Mamãe, por que aquele menino está com cadeira de rodas?
 - Filho, não fica olhando (não se esqueçam de visualizar eu e o João ali, de olho!), ele usa cadeira de rodas porque precisa. Você não usa óculos?
 - Uso. mas por que ele tá com cadeira de rodas?
 - Filho a mamãe já falou. Você gosta que as pessoas fiquem te olhando? Não fique olhando que é feio (e nós lá, olhando). Ele usa porque precisa assim como você precisa de óculos. Não fique olhando que é feio (e nós lá, olhando). As crianças são diferentes! Todo mundo é diferente, um usa cadeira de rodas, outros óculos. VOCÊ NÃO TEM DOWN?
 - Tenho.
 - Então. Agora vá brincar e não fique olhando. (adivinhem!)


Gentê, a mesa era enoooorme, lotada de famílias de portadores de Down! Nunca vi isso! Crianças lindas, uma harmonia fora do comum! Eram umas 20 crianças com Down e outras 5 sem. Todas convivendo igual novela do Manuel Carlos. Todos se amavam. Inclusive os homens, entre eles!!!
Era uma energia diferente!


Certeza que aqueles pirralhinhos com Dow ( a média era de 2 anos, só esse do diálogo que deveria ter uns 5 ou 6) eram anjos. Ti-nha-u-ma-be-bê... Que pelo amor de Deus! LINDA DE MORRER!


Fiquei apaixonada! Por todos, pais, mães e filhos! Queria ser amiga deles, amiga de convivência mesmo! Mas seria impossível. Eu fiz o que eles menos gostam: Fiquei olhando! MICO grandão!


E pra finalizar fica a mensagem que uma mãe disse, na hora de brindar. Todo aquele blá blá bla de final de ano e encerrou assim: "Muito amor pra todos nós!"
Geeeeente, morri!
A gente deseja, saúde, prosperidade, paz e raramente o amor. Eles transbordavam amor.
(nesse momento a blogueira chora, com a pele de galinha depenada - arrepiadíssima) E eu achando que eles tinham Down. Que Down que nada. Era UP! Tóin! Na cabeça!
Eles tinha AMOR!


Que fique a lição! Não fiquem babando um Down! Ele não é obra de arte, é obra de vida mesmo! Ame e aproveite a chance que a vida te deu de trocar tanto amor!


É SÓ isso.
Um beijo e até.


Por Janaína

9 comentários:

Mamãe do Matheus disse...

Nossa!Que mania que a gente tem de ficar olhando um down né?!
Sabe que lá na igreja tem dois down.Uma menina e um menino.
Eles sempre sentam lá na frente.
Na hora do louvor a menina dança,solta e se sente em casa coisa mais querida do mundo.E o povo está sempre a olhar para ela,com aquele olhar de reprovação.
O problema Jana é que a gente não vê o quanto que esses fofurices de ser humano são puros!
Eles não só transmitem o amor,eles são o próprio AMOR!
Que fique isso de lição mesmo para todas nós!
Beijo grande,e um domingo abençoado para vc!
Danny e Matheus
www.mamysdematheus.blogspot.com

Claudia Leonardi disse...

Jana querida
Fiquei arrepiada e muito emocionada com seu post.
Obrigada por compartilhar com a gente.
Muito amor pra nós em 2011!!
(Este será o meu brinde este ano!)
Grande beijo no seu coração e nos das minhas comadres queridissimas!!

http://blogdaclauo.blogspot.com/

Vida na Europa! Dia a dia e curiosidades disse...

Uau! Tbem fiquei arrepiada! Lindo post e que lindas pessoas que tu deve ter mirado - um tempão, hehe - para nos escrever esse belo texto pra nós!
Que isso sirva de lição para todos nós! Muito amor é o que desejo tbem!
Bjo grande!

Amanda Luna disse...

Ai menina, fiquei arrepiada, deve ter sido lindo de ver né? durante 3 anos dei aula como voluntária numa escola para portadores da sindrome de Dow, não me lembro de outra epoca na vida em que eu tenha aprendido tanto quanto nestes 3 anos, foi maravilhoso!!!
beijão
www.sermulhereomaximo.com.br

Andreia Lica disse...

Jana, eu chamo de família especias as que tem crianas com Down em casa, pois são familias em que o amor transborda...lindo post.
Jana, lendo seu post, vi que seu marido trabalhou na Multibras...o meu tbm...será que eles se conhecem? rsrsrs

Bjão

Luciana Fiuza disse...

Não estou aí pra ver vc se arrepiando,mas acredito piamente,pois só de ler aqui seu post..arrepiei todinha aqui..
Lindo post..

Roberta Mello disse...

Jana, é muito dificil não se sensibilizar com essa visão escancarada do amor, meu filho é sim uma criança especial, não se ve fisicamente, mas ele é e tenho um desafio enorme todos os dias, mas isso só me fortalece e me dá forças e o amor vem dobrado!! beijocas

Adriana Alencar disse...

Que modo bonito de ensinar sobre essas verdades da vida!
bj
Adri

Mi Satake disse...

Nossa Jana, super postagem!
Q bomdividir dessas experiencias aqi com as comadres.
São situações providenciais parece, né?

Saudade viu!

Beijão carinhosos pra vc!

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